quarta-feira, 4 de agosto de 2010

Plataformas de mídias socias

Hoje em dia temos um enorme leque de mídias sociais, abaixo uma plataforma que explica o "expertise" de cada uma delas


Fonte: Eatsleepsocial

sábado, 10 de julho de 2010

Criatividade em eventos

Com o aumento do número de eventos, é preciso idealizar e desenvolver projetos criativos e diferenciados para vencer a concorrência. Tais projetos têm início em ideias criativas. Então, vamos pensar um pouco sobre o que é criatividade.
Criatividade é uma novidade, mas não uma novidade qualquer. É uma novidade capaz de acrescentar algo novo em seus conhecimentos. É a realização prática de um potencial pessoal, por meio de um processo que permite encontrar ideias novas, úteis e originais.
Geralmente, acha-se que criatividade é uma qualidade que umas pessoas privilegiadas possuem e que as pessoas comuns não – é quando assume uma conotação mágica. Mas, na verdade, não é bem assim. Ser ou não criativo e propor soluções criativas, tanto na vida pessoal quanto profissional, é uma questão de engajamento e vontade. É um exercício constante, que vai fazendo aflorar a criatividade que existe de maneira inata em cada um de nós.

Características que Ajudam a Criatividade:

Muitos experts em criatividade já detectaram e estudaram os fatores mais importantes que determinam o comportamento criativo. São os que se costuma chamar de componentes da personalidade criativa:
- Independência – quase sempre produto da autoconfiança, ousadia e iniciativa, conjugada a um espírito aventureiro
- Curiosidade – característica inata, frequentemente castrada na educação e quase sempre conjugada ao espírito especulador e questionador
- Flexibilidade – caracteriza-se pela disposição de rever valores
- Sensibilidade – muitas vezes conjugada à emoção mais liberada
- Leveza – bom humor, otimismo, ótica jovial de ver o mundo
- Boa fluência – tanto verbal quanto de raciocínio

Criatividade é a base para a inovação. O potencial criativo de uma pessoa é o gerador de uma ideia. Esta ideia, se concretizada, consistirá na inovação. Cada vez mais, é preciso inovar no setor de eventos, pois a oferta é grande e ganha espaço no mercado quem apresenta um diferencial competitivo, hoje marcado pela criatividade. Portanto, é preciso começar a pensar em desenvolver o potencial criativo

terça-feira, 6 de julho de 2010

CRM

O CRM é uma estratégia de gestão de negócios através do relacionamento com o cliente, para a realização de maior lucratividade e ganhos de vantagem competitiva, destacando para isto a participação da tecnologia como forma de automatizar os diversos processos de negócio, como vendas, marketing, serviços ao consumidor e suporte a campo. O CRM integra pessoas, processos e tecnologia para otimizar o gerenciamento de todos os relacionamentos, incluindo consumidores, parceiros de negócios e canais de distribuição.

No marketing "1 to 1" (um cliente por vez) podemos utilizar a técnica IDIP = Identificar, Diferenciar, Interagir e Personalizar (adaptando um produto ou serviço ao cliente). Os clientes são identificados por seu valor, e através de recursos de TI, isto pode estender-se para milhões de clientes. Uma vez identificado o grupo valoroso, efetua-se um contrato no sentido de buscar mais informações e, com os resultados, diferenciá-los pelas necessidades.

WIN BACK OR SAVE (recuperar clientes que tenham deixado ou estejam deixando o relacionamento);
PROSPECTING (realizar a prospecção de novos clientes);
LOYALTY (criar lealdade entre os clientes existentes);
CROSS-SELL/UP-SELL (realizar maiores vendas ou vendas casadas).

Em termos de TI, o CRM é um software que captura, processa, analisa e distribui dados, como nos outros sistemas, porém o cliente é o centro do modelo de dados e todos os relatórios e consultas têm o cliente como porta de entrada, integrando os módulos de automação de vendas, gerência de vendas, telemarketing e televendas, serviço de atendimento e suporte ao cliente, automação de marketing, ferramentas para informações gerenciais, Web e comércio eletrônico, possibilitando traçar estratégias de negócios voltadas para o entendimento e antecipação das necessidades dos clientes atuais e potenciais de uma empresa.

A globalização e a evolução da TI têm mudado radicalmente a forma como as empresas e seus consumidores se relacionam. Os consumidores têm um leque de opções de produtos e serviços nunca vistos. Além de oferecer qualidade e preço competitivo, as organizações precisam estabelecer relacionamentos de longo tempo com os clientes, visando um maior aproveitamento do LTV (Lifetime Value) de cada cliente.

CMV (CLIENTES MAIS VALIOSOS) para os quais deve-se empregar a estratégia de retenção, utilizando programas de reconhecimento e a possibilidade de uso de canais de comunicação exclusivos recompensando o alto valor gerado;
CMP (CLIENTES DE MAIOR POTENCIAL) para os quais é necessário desenvolver esses clientes através de incentivos;
BZs (BELOW ZEROS) que representam valor negativo para a organização;
GRUPO DE CLIENTES INTERMEDÁRIOS mas que são lucrativos, porém sem grande expressão.

Utilizando uma ferramenta gerencial, as organizações terão informação com maior qualidade, auxiliando a ação de tomada de foco a ser atingido, oferecendo algo a mais a seus clientes, especialmente os de maior valor, e evitando a migração de sua base de clientes para a concorrência.

Portanto para uma organização, os benefícios se darão com a implementação do programa que facilitará a identificação dos clientes, diferenciado-os pelo valor e comportamento (segmentação), pela interação, quando se pode saber que suas necessidades e preferências, conduzindo à personalização ou adequação às necessidades expressas pelo cliente. A grande vantagem da TI é permitir que isto possa ser feito em larga escala.

Criando valor para o cliente 2.0

Resumo

Este artigo utilizou como base as dimensões de valores desenvolvidas por Bititci, Martinez, Almores e Parung em artigo publicado no ano de 2004 no International Journal of Physical Distribution & Logistics Management. A perspectiva de criação de valor por meio das seis dimensões – Inovador, Inovador, Facilitador de Preço, Integrador Tecnológico, Gerenciador de Marca, Simplificadores e Socializadores – é debatida e apresentada com uma perspectiva mercadológica que pode ser utilizada na criação de valor ao consumidor 2.0. Exemplos de grandes empresas brasileiras e internacionais são apresentados para ilustrar os conceitos desenvolvidos e sugeridos pelo autor. Criar valor relevante para os clientes é indispensável para a sobrevivência de qualquer negócio, seja ele, pequeno, médio ou grande. A utilização de ferramentas de Web 2.0 pode ser uma solução ótima para os desafios que o consumidor traz às nossas empresas.

Introdução

Com o crescimento dos investimentos em infra-estrutura para acesso à Internet banda larga e o aumento do número de usuários deste serviço no Brasil, faz-se necessária uma análise de como as empresas, sejam elas pequenas, médias ou grandes fazem ou podem fazer uso da Internet como uma ferramenta que gere valor para o cliente final e, ao mesmo tempo, ajude a empresa no desenvolvimento de lealdade e desenvolvimento de marcas.

O brasileiro é o usuário que mais fica conectado à Internet, com uma média de 12 horas semanais (IBGE:2008). Considerando as características e comportamento desse consumidor, um novo termo é sugerido neste artigo, o da Era 2.0, que é caracterizada pela velocidade na mudança do comportamento de compra da sociedade, a globalização de culturas, o intercâmbio cultural, a nova dinâmica econômica, fiscal e de responsabilidade social – e também o crescimento do comércio informal e da pirataria.

Essas condições oferecem grandes desafios às empresas brasileiras, principalmente às pequenas e médias, que representam uma parcela cada vez mais significativa do setor produtivo. É necessário desenvolver processos, produtos e serviços relevantes para o consumidor da Era 2.0. Ele se caracteriza por sua avidez por novidades, mudança de paradigmas e novos serviços e produtos que ofereçam alto valor agregado. No mais, a sociedade moderna busca conveniência, comodidade e alta qualidade, tudo isso a preços competitivos.

A Era 2.0 é caracterizada pela colaboração online para a construção de conteúdo (Wikipedia), a troca de informações para desenvolvimento de softwares livres (Linux), a utilização da tecnologia para aumentar a customização do diálogo e novas experiências virtuais (blogs corporativos e Second Life) e a propagação de informação, escritas ou visuais (Flicker e Youtube). Mais do que isso, a geração desse imenso mar de conteúdo online criou a necessidade de desenvolver uma nova habilidade, a da sintetização de informações. Desta forma surgem outros termos: Web 2.0 e Semantic Web.

A Web 2.0 disponibiliza todas as ferramentas e tecnologias necessárias para o desenvolvimento da colaboração, como wikis, redes sociais de relacionamento, blogs, podcasts, mashups e RSS. A Semantic Web é o conjunto de ferramentas que possibilita o gerenciamento de um grande volume de conteúdo gerado pela colaboração por meio da Web 2.0.

Após uma breve discussão da Era 2.0 e das ferramentas desenvolvidas para atender um novo tipo de consumidor Online, este artigo se volta para o tema criação de valor competitivo, ou reconhecimento de valor pelos clientes de uma marca, produto ou serviço. A criação de valor para o cliente considera vários aspectos e capacidades internas da empresa. Após uma análise mercadológica dos fatores externos que influenciam diretamente a indústria na qual a empresa opera, estes são otimizados e amplificados de maneira a criar um diferencial competitivo. Por fim, gera-se o valor de uma determinada reconhecido pelos clientes.

Martinez (2003) define valor como o resultado da satisfação e preenchimento das expectativas dos clientes, que ao mesmo tempo gera lucro para a empresa e seus acionistas. O valor de um produto ou serviço é reconhecido por meio da entrega superior de uma promessa feita ao consumidor, mediante o composto de comunicação integrada da empresa. Por sua vez, o valor de um produto ou serviço só será reconhecido pelos seus consumidores ou compradores potenciais se a empresa definiu de maneira coerente e estratégica a sua proposição de valor. Esta é definida como “uma promessa intrínseca feita pela empresa a um grupo de clientes para entregar uma combinação específica de valores” (Martinez, 2003).

Na cultura off-line ou no mundo do comércio físico, as proposições de valor são construídas mediante o tripé composto pela liderança em produtos, pela excelência operacional e pela intimidade do consumidor com a marca, produto ou serviço. (Treacy e Wierseman,1996). No entanto, na Era 2.0 os consumidores demonstram reconhecer uma outra dimensão de proposição de valor. Esta é gerada e construída com a colaboração dos clientes, com as interações que eles mantêm com a empresa e com o nível de controle que os consumidores têm de suas interações.

Na Era 2.0, esse tripé mencionado se tornou ultrapassado e não conseguirá mais atingir o nível de proposição de valor necessário para entregar ou ganhar reconhecimento de valor dos consumidores. Martinez e Bititci (2001) sugerem novas dimensões para criação de valor, que consideramos adequadas para este artigo.

Figura 1 – Novas Dimensões de Valor Mercadológico na Era 2.0




As dimensões de proposição de valor apresentadas na Figura 1.0 exploram características que podem ser aplicadas no posicionamento de marcas, produtos e serviços. Seu objetivo é criar valor para os clientes posicionados em nichos ou segmentos de mercado específicos. As dimensões de criação de valor são dicutidas à seguir.

Uma proposição de valor deve oferecer aos clientes uma visão clara e única, que forma a base para as estratégias de negócio e operação da empresa. Proposições assim são desenvolvidas para explorar as melhores competências que entregarão ao cliente o valor em produtos e serviços de uma forma muito mais eficiente e eficaz que seus concorrentes. Uma proposição de valor é o ponto comum entre a empresa e seus clientes.

A dimensão Inovador


A proposição de valor mercadológico gerada pela inovação requer o desenvolvimento e implementação de processos operacionais capazes de transformar a empresa em um mecanismo gerador de idéias. Estas devem se transformar em produtos e serviços lançados e ofertados ao mercado no momento em que se abre a janela da oportunidade. Como exemplo pode-se citar a Apple, que ao se utilizar de uma tecnologia conhecida no mercado, a compilação em MP3, desenvolveu um produto e o lançou no momento em que os consumidores estavam prontos para aceitá-lo.

A inovação deve ser adotada por meio de uma cultura corporativa, como foi feito pela 3M. Ela investiu milhões de dólares em recursos financeiros e, ao mesmo tempo, criou processos internos que motivam seus colaboradores a inovar. Por outro lado, estabelecem métricas para estes processos. Outro exemplo de inovação com colaboração é o desenvolvimento do sistema operacional Linux. No livro Wikinomics (Tapscott, 2006), os autores exploram e conceituam a colaboração utilizando o exemplo desse projeto de desenvolvimento, que envolveu milhões de desenvolvedores idependentes e empresas de porte, como a IBM.

A Wikipedia é um outro exemplo. Hoje ela é a maior enciclopédia do mundo, está disponível em mais de 70 idiomas. Vem sendo construída por qualquer Internauta, independentemente da sua nacionalidade, graças e por meio da utilização da tecnologia Wiki.

Como último exemplo da dimensão de criação de proposição de valor pela dimensão Inovador, cito a empresa de telefonia Oi. Ela inovou o modelo de operação no mercado brasileiro, oferecendo aos seus clientes o desbloqueio gratuito de aparelhos de telefônia celular. Além disso, incluiu prestação de serviços mediante um contrato flexível, e assim transferiu para seus clientes o controle da utilização ou não dos serviço prestados.

A dimensão Inovador impulsiona a mudança de paradigmas comerciais e corporativos. É reconhecida e apreciada por sua ousadia e criatividade dessa estratégia corporativa. A utilização dessa dimensão aplicadas às redes de relacionamento Online e ao Mundo Virtual, como o Second Life, são ferramentas indispensáveis para atingir clientes potenciais da Era 2.0.

A dimensão Facilitador de Preço

O cliente 2.0 quer agilidade, flexibilidade e conveniência. Empresas que criam essa proposição de valor, que gera um alto nível de interação, vêm ganhando a mente e a preferência desses consumidores, até mesmo em segmentos altamente competitivos da indústria. A empresa Busca Pé realiza uma busca nos principais sites de comércio online. Checa e compara o preço de milhares de produtos e serviços ofertados por empresas na Internet. Esse serviço ajuda os consumidores identificar a melhor oferta, poupa tempo e, por consequência, dinheiro.

A empresa inglesa Tesco, por meio do seu Website Tesco Compare.com, oferece aos seus clientes cotações Online dos seus serviços comparados com os dos concorrentes. Independentemente de oferecer os melhores preços, a empresa aposta na prestação de serviços e na transparência nas relações com os clientes como seu diferencial competitivo de geração de valor.

Analisando o exemplo do Tesco, pode-se entender que a facilitação de preço é na verdade gerada pela oferta de serviços e valores agregados. Ao final, estes fazem com que o cliente decida a favor da empresa ofertante. O que vale é o composto final, e não apenas o preço baixo do produto. Como exemplo podemos imaginar uma concessionária de automóveis, que ao vender um veículo oferece ao cliente acesso exclusivo, com login e senha, a uma comunidade online exclusiva, na qual ele pode usufruir de descontos exclusivos na compra de acessórios, seguros e hospedagens. A composição de valor final para o cliente é reconhecida por meio do conjunto total dos serviços prestados e das vantages exclusivas e customizadas à disposição dos clientes.

Dessa forma, a dimensão Facilitação de Preço não é somente orientada pela redução do preço final para o cliente. Nesse caso, a geração de valor afetaria as margens da empresa e, consequentemente, o retorno sobre os investimentos de marketing. A dimensão deve reduzir o tempo e aumentar a conveniência que os consumidores da empresa utilizarão para finalizar o processo de compra de um serviço ou produto.

A dimensão Integrador Tecnológico

Novas tecnologias e colaboração não são ferramentas utilizadas somente nas relações entre empresas e consumidores, mas também entre empresas e fornecedores. O setor de logística utiliza-se cada dia mais de sistemas de informação para gerar valor na cadeia produtiva e para os clientes finais. Os sistemas de integração entre fornecedores, empresas e seus clientes se tornaram indispensáveis para reduzir custos e disponibilizar o produto mais relevante, na hora e local certo, para seus consumidores. Empresas do setor varejista, principalmente no alimentício, estão à frente deste processo de inovação em logística.

O empresa alemã Metro Group desenvolveu o conceito da Loja do Futuro, que hoje é uma realidade. Por meio da participação de várias empresas líderes de mercado em seu segmento, esse projeto de colaboração integra as tecnologias mais avançadas, e algumas não tão avançadas (como o Radio Frequency Identification – RFID), para a facilitação de processos produtivos na cadeia logística. Isso ocorre desde o inicio da produção de um pacote de fraldas, sua venda ao distribuidor, a chegada ao supermercado, o controle da exposição na prateleira, a facilitação do processo de compra e check-out do produto, até a integração de todas as informações do processo com um sistema de Customer Relationship Management (CRM).

O software online Salesforce.com oferece aos clientes corporativos (pequenos, médios ou grandes) a oportunidade de monitorar e controlar todo o processo de vendas. Também armazena informações inseridas por vendedores sobre as necessidades dos clientes, resultados de visitas, problemas encontrados ou levantados, assim como informações sobre a atuação da concorrência em sua área de vendas.

Tudo isso online, e sem a necessidade de compra e instalação de softwares nos computadores da empresa. Em 2008, a empresa Salesforce uniu-se ao Google para oferecer aos seus clientes as aplicações online do Google Apps. Dessa maneira, integrou uma funcionalidade específica de controle de vendas a ferramentas como processadores de textos e planilhas, emails e outras aplicações online. Essa integração tecnológica pode ser utilizada em qualquer lugar do mundo, remotamente, ao preço de uma mensalidade mensal por usuário.


A dimensão Gerenciador de Marca

A criação de valor nessa dimensão é gerada mediante o desenvolvimento e a manutenção de marcas fortes e únicas em seu segmento de mercado. Como exemplo podemos citar a Nike ou, na esfera nacional, a marca Havaianas. Essa proposição de valor entrega ao cliente a confiança, a sensação de fazer parte de um grupo exclusivo de pessoas que utilizam o produto e, ainda, a sensação de superioridade por utilizar a marca.

Na Era 2.0, os gerenciadores de marca devem acompanhar e monitorar o que os seus clientes falam sobre a empresa no ambiente virtual. Com a grande utilização de blogs (estima-se que há entre 7 e 8 milhões de blogs ativos na Internet) e de redes de relacioamento pessoal e profissional (Orkut, Facebook, MySpace, Linkedin), os consumidores têm em suas mãos a possibilidade de, com um clique de mouse, comunicar suas frustrações com uma marca a milhões de outros usuários.

Os Tags (tecnologia que permite rastrear marcas online) são ferramentas indispensáveis para este fim. Assim as empresas já investem em funcionários, para que eles interajam com os clientes no mundo virtual e respondam às críticas, solucionem impasses e criem condições para que os consumidores da Era 2.0 possam se tornar defensores online das marcas.

A dimensão Simplicador

A proposição Valor Simplificador na Era 2.0 envolve o desenvolvimento de um sistema único que reune conveniência, velocidade e integração. Ao mesmo tempo que o produto ou serviço tem de estar disponível a qualquer momento, o Simplicador deve utilizar-se dos recursos da dimensão Facilitador de Preço, aplicando o conceito de integração a esse serviço.

Como exemplo citemos o site WebMotors, que simplifica a busca pelos veículos e, ao mesmo tempo, integra serviços como seguros e comparação de características dos produtos online. O site fornece uma comparação dos modelos pesquisados, põe o cliente em contato com o vendedor, faz cotações e simulações dos seguros dos automóveis e, ainda, traz comentários de especialistas sobre os veículos.

A simplificação de processos, visando uma melhor interatividade para os clientes de uma empresa, também é crítico para o sucesso dessa dimensão de criação de valor. Oferecer canais abertos, online e de resposta rápida, a qualquer tempo e à conveniência do Internauta, faz com que as empresas ganhem a lealdade de seus clientes. No entanto, é necessária uma postura profissional no gerencimento desses canais. Ou seja, antes de criá-los é preciso dimensionar não somente os investimentos em tecnologia, mas também em profissionais qualificados e treinados para executar as tarefas de maneira eficiente e de acordo com as necessidades.
Canais de interatividade abertos, como atendimento online, ou recebimento de formulários de emails que requerem um tempo de resposta não instantâneo, não são valorizados pelos clientes. Portanto, são investimentos e esforços inúteis.

A dimensão Socializador

Esta é a mais “nova” forma de gerar valor por meio do relacionamento com os clientes. A facilitação do processo de socialização entre pessoas com os mesmos interesses, necessidades e desejos é uma forte fonte geradora de valor. É como uma universidade que cria um webportal exclusivo para que alunos e ex-alunos troquem idéias sobre o mercado de trabalho, oferecem oportunidades de emprego, ou simplesmente possibilitam a troca de mensagens.

Qualquer empresa, em qualquer segmento e de qualquer tamanho, utilizar essa ferramenta para criar lealdade. Os clientes de sua marca devem se beneficiar da utilização dessas redes de relacionamento e socialização. Uma forma forte, mas não viável em grande escala, é a promoção de encontros físicos dos grupos em uma rede de relacionamento online.

São várias as formas de criar valor por meio da socialização exclusiva online, redes de relacionamentos ou clubes exclusivos sobre um tema e assunto. Tornar-se referência em um tema, produto ou serviço é uma delas. A sua empresa pode utilizar um blog sobre um produto, ou sobre o Presidente de sua companhia. Esse expert doará seu tempo e conhecimento aos seus clientes, dividirá suas decisões e, até mesmo, convocará os clientes a ajudá-lo em algumas decisões sobre os produtos ou serviços da empresa.

O CEO de uma grande empresa de telecomunicações da Inglaterra, a Carphone Warehouse, foi o primeiro homem de alto escalão a utilizar essa ferramenta 2.0 como estratégia de geração de valor no Reino Unido. Foram vários os posts (mensagens postadas no blog) sobre temas, decisões, estratégias, experiências que o CEO postou na rede, e várias foram as interações dos clientes com ele. No entanto, em Abril de 2006 a empresa passou a ter alguns problemas com o seu acesso em banda larga à Internet. Como consequência o CEO cometeu um dos maiores erros da Blogsphere, e parou de postar mensagens durante a crise.

Assim, é necessário entender que a estratégia de utilizar a Web 2.0 requer transparência e disciplina para com os clientes. Ao utilizar blogs, é necessário postar mensagens diariamente, interagir com os clientes que deixam comentários, não ficar omisso diante de crises e do descontentamentos dos clientes com os produtos da empresa, e conectar o seu blog a outros com os mesmos temas de interesse. Uma lista completa de exemplos de empresas britânicas que utilizam blogs está disponível online, no site da revista 500 Fortune.

Conclusão

Criar valor é fundamental para empresas de qualquer tamanho ou segmento. Dadas as várias limitações de recursos de pequenos e médios empresários e empresas, é necessário conhecer e explorar, de maneira criativa e profissional, as novas ferramentas disponíveis na Web 2.0, assim como o comportamento e necessidades do consumidor moderno.

Com este artigo, concluímos que a geração de valor pode ser desenvolvida por meio de seis principais dimensões. E também que as ferramentas da Web 2.0 são meios de utilização que permitem atingir um alto nível de interatividade, e levar a marca, os serviços e os produtos das empresa a um grande número de clientes e consumidores potenciais com alto grau de abrangência e, ao mesmo tempo, com custos muito baixos.

As dimensões de geração de valor podem ser utilizadas para atingir nichos de mercado antes difíceis de ser alcançados pelas de mídias tradicionais. É também possível interagir com esses nichos, utilizando ferramentas 2.0, tais como blogs, podcasts e redes de relacionamento online próprias ou já existentes.

Como resultado da aplicação das dimensões de valor com as ferramentas da Web 2.0, as empresas podem expandir suas vendas, saber o que seus clientes pensam, interagir com clientes potenciais, testar novos conceitos de produtos, serviços e estratégias, bem como ampliar o boca-a-boca virtual.

A Web 2.0 permite que pequenas empresas experimentem ferramentas de marketing, com o objetivo de divulgar os seus produtos, comunicar ao seu público-alvo o que fazem, como pensam e por que os consumidores devem escolher seus produtos e serviços. Sem dúvida, essas novas ferramentas estão democratizando o marketing moderno, porque disponibilizam a utilização de estratégias e táticas mercadológicas, antes acessíveis só às grandes corporações.

Fonte: Fabio Gonçalves de Oliveira

sexta-feira, 2 de julho de 2010

Planejamento de mídia

Independente do tipo de produto, campanha ou tamanho, qualquer Plano de mídia deve ser constituído por três grandes partes, e uma quarta, os anexos, que poderá entrar ou não, de acordo com a necessidade:
A- Informações básicas
B- Objetivos
C- Estratégias
D- Anexos

A - INFORMAÇÕES BÁSICAS

O alicerce do Plano são as informações que devem constar na sua primeira parte, chamadas de Informações Básicas. Trata-se de toda e qualquer informação que possa contribuir para orientar, definir e justificar as decisões contidas no Plano.
A maior parte das informações básicas geralmente vem do briefing de mídia passado pelo cliente, mas isso não quer dizer que não possam ser obtidas informações também de outras fontes: levantamentos especiais feitos pela agência, dados de pesquisas de mercado e de mídia, artigos de imprensa e quaisquer outras fontes de informações.
Essa parte deve conter, no mínimo, os itens a seguir, muitos deles extraídos do briefing passado à agência pelo cliente:
1. Produto
2. Mercado
3. Concorrência
4. Target (público-alvo)
5. Objetivos de marketing
6. Verba e período

B – OBJETIVOS

É a parte vital para o bom desenvolvimento do Plano porque as soluções mais adequadas dependem da precisa definição dos objetivos. São dois os objetivos:
1. Objetivos de comunicação
Devem fazer referência ao estilo, tema e conteúdo das peças criativas, a fim de justificar o uso dos meios, veículos, horários, posições, colocações e seções mais adequadas.
Neste item o Plano precisa mencionar também o nível de conhecimento de marca que se quer atingir ou aumentar. E quais os principais aspectos que a campanha pretende ressaltar ao público.
A colaboração do anunciante neste item deve ser vista por quem estiver fazendo o Plano de mídia como uma concordância antecipada ao que constará nele.
2. Objetivos de mídia
Devem ser estabelecidos em função das seguintes circunstâncias:
2.1 Quanto aos níveis de cobertura sobre o target;
2.2 Quanto às funções que os meios de comunicação deverão exercer na campanha, a fim de atender aos objetivos de marketing e comunicação;
2.3 Quanto à abrangência geográfica que a campanha deve cobrir.

C - ESTRATÉGIAS

Idealmente, as referências aos itens que compõem esta parte do Plano, contendo argumentações, justificativas e detalhes de como serão usados, merecem receber uma explanação integrada, já que eles não existem isoladamente para efeito de veiculação, e qualquer um deles pode definir os demais.
Haverá casos em que o conteúdo criativo das peças conduzirá aos meios mais adequados. Outros, em que a escolha antecipada dos meios definirá as peças. E situações em que havendo necessidade de veiculação em determinados mercados, a partir daí os meios serão escolhidos:
1. Mercados/Meios/Peças e formatos
2. Níveis de veiculação
3. Táticas
4. Cronograma de veiculação
5. Programações básicas
6. Resumo da verba

D — ANEXOS

É importante que todo Plano venha sempre acompanhado pelos rankings de custo por mil de cada meio programado; porque se nos mapas de programações há os programas e veículos selecionados, é nos rankings que o cliente irá ver aqueles que não foram programados. E pode até descobrir algumas injustiças, pois afinal nenhum mídia é infalível.
Estudos de simulações, qualificação, dados de mercados e outras informações, também devem estar no anexo para não atrapalharem a leitura e o raciocínio do Plano.

Pecados e virtudes de um bom Plano de mídia

Nem todos os Planos são um primor de qualidade e virtudes. Existe a situação em que a agência peca pela concisão: o cliente recebe Planos tão resumidos, que parecem charts de um audiovisual. E provavelmente será justamente sobre um assunto em que faltou o áudio, que o diretor de marketing vai fazer muitas perguntas à agência. E nessa hora toda a agência desejaria que o mídia tivesse ido anexado ao Plano.
Um Plano de mídia profissionalmente correto deve:
- Ser um documento completo, sem ser redundante.
- Não ser superficial, mas também não se emaranhar na erudição.
- Ser à prova de dúvidas, sem ser didático.
- Ter um raciocínio lógico e coerente, sem se resumir numa única folha de cronograma com resumos de verbas e GRP.
- Ser o conjunto de soluções mais rentáveis e adequadas para veicular às peças da campanha, e, principalmente, deixar o cliente e o chefe dele, convencidos disso.

Fonte: Mídia de "A a Z"

Marketing esportivo

O Marketing esportivo uma ferramenta utilizada para comunicar-se com clientes, prospects, colaboradores e comunidade. Tem o esporte, como forma de contato com o target e, portanto, é ligado diretamente à emoção, à paixão.

Esse é o grande diferencial com relação às demais ferramentas de comunicação. Utilizado de forma precisa, o Marketing Esportivo agrega força à marca ou à empresa por meio do simbolismo com os valores do esporte, como superação, trabalho em equipe e liderança, inerentes também ao sucesso na vida corporativa e às características de cada corporação. Sendo assim, empresas de tecnologia buscam se associar ao automobilismo e empresas cujos produtos são de luxo, a esportes como tênis e golfe, por exemplo.

O marketing esportivo tem, como vantagem, o fato de impactar um consumidor relaxado, em meio ao programa e não nos intervalos. Dessa forma, a empresa que faz uso dessa estratégia de comunicação é percebida, não como uma anunciante, mas sim como uma parceira, que permite com que os campeonatos ou times patrocinados possam ter sucesso e continuidade. Mais do que isso, ainda há uma lealdade muito maior a empresas que detém esta imagem. Por exemplo, na Nascar, categoria do automobilismo americano, há uma lealdade de 72% aos patrocinadores. Ou seja, 72% dos fãs da categoria assumem comprar um produto de um patrocinador em detrimento a um não-patrocinador.

Além de ser uma forma de comunicação saudável, envolve sentimentos de uma grandeza insuperável que só o esporte pode oferecer. Adrenalina, alegria, conquista, vibração e emoção são alguns dos elementos que fazem da atividade um misto de aventura e poder.
Não se pode esquecer o papel dos ídolos, que, nesse processo, são os verdadeiros porta-vozes do mercado, com suas mensagens traduzidas em forma de talentos esportivos.

Eventos como os Jogos Olímpicos, Copa do Mundo e Superbowl, que atraem bilhões de espectadores ao redor do mundo, são bons exemplos de como o esporte surge como uma excelente forma, diferenciada, de atingir objetivos de marketing propostos pelas empresas. Esporte produz entretenimento, produz paixão. Mas é uma indústria e deve ser administrada como um negócio.

50 dicas para se fazer Marketing cultural

1- O MARKETING CULTURAL é uma estratégia utilizada pelas empresas para que, através de patrocínios a projetos culturais, agreguem valor às suas marcas.


2- O MARKETING CULTURAL é uma vertente do Marketing Institucional das empresas, ou seja: tem a ver com a sua marca, sua identidade e os valores subjetivos associados ao seu nome.


3- O aumento da venda de produtos com o MARKETING CULTURAL não pode (salvo algumas estratégias específicas) ser medido pelos métodos tradicionais. Por exemplo: o MARKETING CULTURAL permite um grande retorno de mídia espontânea, que medido em valores financeiros, com base na tabela de publicidade dos veículos de comunicação, pode superar em até 10 vezes o valor do patrocínio.


4- Não se pode apresentar um projeto para uma empresa (possível patrocinadora) sem conhecê-la antecipadamente. É preciso saber o que ela faz, o que produz e o que já patrocinou. Este PERFIL DE EMPRESAS PATROCINADORAS vai ajudar você a conhecer melhor as empresas.


5- Todo bom projeto é composto basicamente por: uma apresentação sucinta, uma descrição técnica (como vai ser realizado), um orçamento enxuto, um cronograma de execução e um de desembolso, um currículo dos proponentes e técnicos, uma descrição objetiva dos “retornos propostos ao patrocinador” e anexos (bem escolhidos). Mas um dos elementos principais é a carta de apresentação do projeto, que deve ser personalizada, plenamente identificada com a empresa que se pretende transformar em parceira da nossa proposta.


6- Não se utiliza o MARKETING CULTURAL, partindo do produto cultural. Neste caso o caminho deve ser inverso, é o do “CULTURAL MARKETING”, ou seja: da construção das estratégias eficazes que poderão viabilizar o projeto cultural no mercado. Quem faz MARKETING CULTURAL é a empresa, estabelecendo um conjunto de critérios objetivos de seleção de projetos, em sintonia com seus objetivos institucionais e de marketing de produtos ou serviços.


7- O MARKETING CULTURAL precisa considerar todas as etapas do Ciclo da Produção Cultural: a inspiração que se transforma em idéia, a idéia que é planejada e vira um projeto, o projeto que passa por uma estratégia de marketing para chegar ao mercado, a negociação até o contrato, a produção (equipe, capacidade de realização, melhor época de realização, local, etc) e o planejamento da mídia, para chegar ao público que deseja atingir, cujo perfil deve ser conhecido antecipadamente e com a máxima clareza.


8- MARKETING CULTURAL é uma estratégia de troca: troca-se recursos de patrocínio por retorno institucional (e também por abatimentos nos impostos da empresa, quando se utilizam as leis de incentivo fiscal à cultura). A empresa, ao fortalecer sua imagem pela simpatia que estabelece com o público e a sociedade em geral, também aumenta a venda de seus produtos ou serviços.


9- Muitas vezes o caminho para se chegar a uma empresa é indireto. É preciso saber quem influencia quem decide. Para quem a empresa não pode negar um pedido de atendimento? Um cliente? Um revendedor? Se você desejar obter tinta para pintar um prédio histórico, não peça diretamente à fábrica. Associe-se primeiro à maior loja de tinta da sua cidade. Lembre-se: é a loja que vende tinta. Sua influência pode ser decisiva.


10- Responda rápido. O que é mais fácil: chegar numa grande empresa de petróleo sozinho com seu projeto para buscar patrocínio ou ir acompanhado do proprietário de uma rede de postos de gasolina?


11- Como ser recebido numa empresa para apresentar um projeto? Primeiro: telefone. Você vai se surpreender ao saber que, em muitas empresas, o executivo que decide atende diretamente e marca os encontros. Segundo: passe um E-mail; pode funcionar. Terceiro: busque algum conhecido que trabalhe lá e vá indicado por ele. Mas procure sempre estabelecer um encontro. Nada como olho no olho e cara a cara, para se viabilizar um projeto.


12- Antes de tudo, procure iluminar seu projeto. Lembre-se: um projeto é uma idéia, uma proposta (um sonho) na forma de papel. Como ele ainda não foi realizado, é um produto imaterial, não pode ser testado antes de ser comprado. É preciso que esta idéia, cheia de energia positiva, apareça, ganhe vida e força para acontecer. Registre-a e mostre-a para que ela vá ganhando presença no inconsciente coletivo das pessoas.


13- Não tenha medo de que seu projeto seja roubado. Perceba que você captou uma idéia que está no subjetivo de todos. Outras pessoas podem captá-la.


14- A apresentação visual do seu projeto é fundamental, assim como a objetividade da sua proposta. Não escreva uma tese. Deixe os textos longos para um segundo momento. Não faça poesia. Não procure mostrar erudição. Ao apresentar uma proposta de um espetáculo teatral, leve sempre o texto da peça numa pasta à parte e saiba perceber o momento propício de apresentá-lo.


15- Não confie muito num patrocinador que estiver interessado apenas em projetos enquadrados nas leis de incentivo e que não deseja nem conhecer o conteúdo do seu projeto. Pode estar certo que mais adiante o seu prejuízo será grande.


16- O boato que corre no mercado de que o patrocinador que utiliza incentivos fiscais é investigado por fiscais da Fazenda é a maior mentira que existe no mercado cultural. É um boato criado possivelmente por quem não gosta de dar incentivos, desconhece o papel social das empresas e cuida apenas do lucro, sem dar qualquer retorno à sociedade que sustenta sua empresa.


17- O caminho consciente para a viabilização de um projeto não é aquele que vai da emoção para o público, do público para mídia e da mídia para o mercado. Este sentido torna seu projeto vazio de conteúdo e identidade. O caminho da arte é duro – parte da emoção, da visão, para o planejamento e depois para o mercado, de forma a despertar a mídia e o público.


18- Todo projeto se viabiliza através de uma Rede de Parcerias. Forme a sua.


19- Para um empresário do tipo “perfeccionista”, saiba que ele vai tentar alterar, mesmo que seja em pequenos detalhes, o seu projeto – de forma que fique como ele gostaria que fosse. Afinal, “quem conhece a empresa é ele”.


20- Não é necessário mudar o conteúdo de um projeto para atender a um patrocinador. As mudanças que podem acontecer referem-se à forma de apresentação do projeto, à inserção de retornos, detalhes do plano de mídia e outros relativos aos interesses diretos do patrocinador – mas nunca interferem diretamente na criação.


21- Coloque sempre no seu projeto esta afirmação: “estamos abertos para discutir outras formas de retorno de interesse da empresa”.


22- Um “captador de recursos” é um péssimo nome dado a um profissional fundamental para viabilizar um projeto. Podemos chamá-lo de “consultor de marketing cultural”, de “engenheiro cultural” ou “assessor de marketing cultural”.


23- Um consultor de marketing cultural pode receber para captar recursos para um projeto até o valor de 10% (em relação ao valor global da produção do projeto), correspondendo ao item “agenciamento”, conforme estabelece a Lei Rouanet. Este percentual acabou se tornando um padrão no mercado, mas, dependendo do trabalho, a negociação é livre.


24- Diante de qualquer projeto que você deseja viabilizar no mercado é necessário perguntar: “O que este projeto tem a ver com a minha trajetória e experiência de vida?” Caso seja realmente vital para você, então com um pouco de conhecimento do mercado, apoio de profissionais e constituição de uma rede de parcerias, com toda certeza ele será viabilizado. Lembre-se que sonhar é construir no futuro.


25- Lembre-se sempre: quando acreditamos realmente em alguma coisa com benefício social, todos colaboram para que ela aconteça.


26- O profissional de marketing cultural e cultural marketing é o artista do mercado. Ele precisa conhecer bem o projeto, os proponentes, artistas, a obra em pauta, as etapas de produção, a mídia necessária e possuir relacionamentos com empresários. Deve estar sempre atualizado com as oportunidades de negócios do mercado. Precisa ler revistas empresariais que falam das questões internas e os produtos de potenciais patrocinadores. Deve conhecer os prazos para apresentação de projetos nas empresas e muito mais. Não é uma pessoa fria, muito pelo contrário: deve ter sensibilidade total – da poesia à lógica de venda.


27- Não se vende um projeto cultural, portanto não há motivo nenhum para você ter trauma de venda. Nós apresentamos um projeto cultural ao mercado. Se um projeto cultural fosse vendido para um patrocinador, ele o levaria para casa.


28- Para um patrocinador emotivo, não se esqueça de dizer que ele será convidado para subir no palco no dia do lançamento do projeto para receber uma homenagem “espontânea” dos artistas. Por mais que ele diga que isto não é preciso, vai gostar da idéia. Agora, para um patrocinador do tipo “auditor”, fechado, nem pense em convidá-lo para aparecer – pois ele quer ficar de longe, observando.


29- É difícil você viabilizar mais de um projeto para uma mesma empresa. Como você levou muito tempo para conseguir entrar lá, não custa nada divulgar os critérios dessa empresa para o mercado.


30- Este é um mercado no qual não se trabalha sozinho. Um projeto cultural na gaveta, dificilmente sai dela por demanda de mercado. Ninguém vai ligar para um poeta perguntando: “Por acaso você tem aí em casa um conjunto de poemas para publicar um livro?” Um projeto acontece através de redes: você envolve com a sua fé uma dezena de pessoas que, por empatia com o projeto, sensibilizam outras, até que uma energia luminosa se condensa numa cadeia produtiva e aí começam as coincidências (que não são coincidências): alguém o procura; uma pessoa que você há muito tempo não vê, telefona; um amigo de infância assume a gerência de marketing de uma empresa patrocinadora e assim vai acontecendo o seu projeto.


31- Nunca despreze sua agenda de telefones, inclusive aquela antiga. Tenha sua agenda organizada, saiba onde estão as pessoas. Crie sua rede de contatos. O Senhor Nélio Botelho, líder dos caminhoneiros, faz uma greve nacional, falando apenas com 150 líderes, que por sua vez mobilizam milhares.


32- Para uma boa prestação de contas ao Poder Público, de um projeto que utilizou as leis de incentivo, é necessário pensar na administração dos recursos desde a elaboração do orçamento. Saiba que a “Consolidação Bancária” (transcrição do extrato da conta do projeto com informações sobre entradas e despesas) é que será avaliada pelos órgãos de governo.


33- A identidade cultural brasileira é o nosso melhor negócio. Projetos neste sentido ganharão força nos próximos dez anos. Toda moeda tem duas faces: a cara e a coroa. A coroa representa os recursos e a cara a nossa cultura e a nossa identidade. Não haverá desenvolvimento sem os dois lados da moeda.


34- Da mesma forma que um artista plástico faz pesquisas de materiais e temas para sua obra, o profissional de marketing cultural e de cultural marketing analisa um projeto e suas possibilidades no mercado.


35- Caso você esteja começando no mercado e pensa que seu projeto, por exemplo, de uma peça de teatro, não será nem analisado por um patrocinador, existem duas saídas. Em primeiro lugar, não tenha este preconceito, pois novos talentos são cada vez mais alvo das empresas patrocinadoras; em segundo, se este for o impedimento, convide um ator ou diretor conhecido para apresentar seu projeto. Escreva na capa “Alberto Roberto apresenta: O Grupo Novo de Teatro” e vá em frente.


36- A melhor época para apresentar um projeto a patrocinadores é de agosto a novembro, período no qual eles estão pensando nos investimentos de marketing que farão no ano seguinte. Embora seja grande o número de empresas recebem projetos ao longo de todo o ano. Saiba qual o melhor período para apresentar projetos a cada uma. Algumas empresas estão passando a receber projetos via INTERNET e outras contratando profissionais do mercado para analisar previamente projetos, segundo critérios pré-estabelecidos. Nunca se esqueça de que cada caso é um caso.


37- A maioria das empresas não possui um Plano de Marketing Cultural ou critérios objetivos de patrocínio. Isto torna o mercado muito aberto. O Perfil de Empresas Patrocinadoras poderá facilitar seu trabalho neste sentido.


38- O mercado cultural ainda é muito desunido – e isto é ruim. Procure formar redes de parceria, precisamos ser mais profissionais, com ética, sem qualquer prejuízo para as obras ou para nossos artistas. Não tenha preconceito quanto ao “mercado cultural” – ele é o lugar onde vendemos ingressos, quadros, livros, buscamos apoios e patrocínios.


39- O mercado cultural vai muito além do que se imagina: ele possui interfaces com o turismo cultural, gastronomia típica, educação, área social, ciência e tecnologia, urbanismo, lazer, saúde, comunicação, artesanato e muitas outras áreas indispensáveis ao desenvolvimento humano, econômico e social.


40- É a falta de cultura que não percebe a importância da cultura no desenvolvimento de um país.


41- A educação ensina a ler e escrever, mas só a cultura ensina a enxergar.


42- Um projeto cultural com interface social pode fornecer ao patrocinador, além de incentivos fiscais, mídia espontânea e benefícios definitivos para as pessoas envolvidas, como o desenvolvimento da criatividade, auto-estima, relacionamento e segurança. Um projeto apenas social não oferece tudo isso e pode cair no paternalismo filantrópico.


43- Patrocinadores da construção civil preferem patrocinar livros sobre os bairros e as cidades onde possuem negócios. Também atuam na restauração de patrimônios históricos. Tais critérios têm coerência. Os livros aproximam a empresa dos moradores e a preservação de patrimônios históricos, além de utilizar os mesmos materiais que eles utilizam na construção (identidade), agregam valores de idade (credibilidade) memória e história às suas marcas.


44- Ao patrocinar novos talentos, uma empresa agrega à sua marca o valor de quem sabe “apostar no futuro”.


45- Algumas empresas preferem o teatro pela possibilidade do marketing de relacionamento, ou seja, poder realizar apresentações fechadas com seus clientes.


46- Muitas empresas escolhem uma área apenas de patrocínio, outras definem um critério para todas as áreas, por exemplo: “projetos que valorizem a identidade cultural do local onde atuam”. Outras partem para grandes eventos de massa. Cada caso é um caso.


47- Um patrocinador do tipo autoritário, daqueles que possuem uma mesa grande com fotos suas e diplomas na parede, antes de ler o seu projeto, vai querer saber quem lhe indicou, que interesses possui nesta pessoa ou instituição. Patrocinará para aumentar seu poder e negócios, ou por uma amizade fiel. Não abaixe a cabeça ao dialogar com uma personalidade autoritária que fala alto e é agressiva. Fale no mesmo tom.


48- Saiba sempre que um “não” ao seu projeto não significa nada; é apenas um sinal corretivo de rumo para uma nova apresentação.


49- Você nunca saberá se um patrocinador vai lhe receber se você não for procurá-lo. Certo?


50- Finalmente, nunca se esqueça: o objetivo maior de um artista é a conquista do seu público. Estude tudo que existe sobre mobilização de pessoas, conquista e fidelização de clientes. Ter público é ter mídia. E se você tiver público e mídia, os patrocinadores baterão à sua porta. Nenhum projeto resiste se depender apenas de patrocínio.

Fonte: Fernando Portella